- O nosso planeta está permanentemente sujeito a radiações solares muito energéticas, conhecidas como “raios solares”, cujas consequências ao nível da biodiversidade seriam francamente graves. Felizmente, as consequências das “tempestades solares” – como são designadas – não são sentidas graças à natureza magnética do núcleo terrestre.
A Terra está dividida em três secções concêntricas: crosta, a mais superficial, manto, e núcleo, a mais profunda. O núcleo encontra-se, por sua vez, separado entre Núcleo Interno e Núcleo Externo. Apesar da enorme pressão a que ambos estão sujeitos, o Núcleo Externo parece ser constituído por ferro e níquel liquefeitos, em permanente movimento. O facto de estes metais serem potenciais geradores de campos magnéticos leva a que, quando em movimento, criem um gigantesco escudo magnético – magnetosfera – que protege o planeta das radiações solares.
A magnetosfera tem a extraordinária capacidade de reflectir as referidas radiações para o espaço sideral, mantendo o planeta “em segurança”. Esta hipótese, hoje aceite pelas evidências encontradas, suporta a ideia de que um íman, desde que em movimento, pode gerar corrente eléctrica, estabelecendo, assim, a íntima relação que existe entre electricidade e magnetismo.
- As auroras boreais (também conhecidas como auroras polares) são, indubitavelmente, o mais aclamado fenómeno natural. O seu carisma não só advém da sua raridade geográfica (só se manifesta perto dos pólos) mas também graças à sua beleza ímpar. Contudo, são, na continuidade do que tem sido registado, um fenómeno de índole eléctrica.A magnetosfera, apesar de envolver a Terra em toda a sua área, apresenta uma acção mais ténue nos pólos, o que está directamente relacionado com a forma de disco achatado que o globo terrestre assume. Desse modo, as radiações solares de elevada energia conseguem atravessar a atmosfera com mais facilidade nessas regiões – pólo Sul e pólo Norte. Efectivamente, quando os raios solares, oriundos das já faladas tempestades solares, atingem o nosso planeta, contactam com moléculas e átomos da atmosfera, a saber, Oxigénio, Azoto, Néon, entre outros. Estas partículas, quer se encontrem sós ou agrupados em moléculas, absorvem a energia das radiações solares para, um instante depois, a emitirem sob a forma de luz, cujo comprimento de onda varia consoante as partículas atingidas e a energia fornecida à partida. Os diferentes comprimentos de onda conduzem a diferentes cores, que resultam no maravilhoso espectáculo de luz e cor que está na base das auroras boreais.Em suma, as auroras boreais são apenas um dos muitos fenómenos naturais cuja origem se centra na eletricidade e na sua interacção com o magnetismo, concretamente na interacção da magnetosfera com as radiações solares e nas consequências que daí advêm.
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